Sobre ser mãe aos 40 anos e aprender viajando com os filhos
Sobre ser mãe aos 40 anos e aprender viajando com os filhos
09 maio 18Eu tinha exatos 40 anos quando minha primeira filha nasceu. Optei por ser mãe mais tarde? Que nada! Confesso que entre 20 e 30 anos eu não tive muita pressa. Nem pra casar, nem pra ter filhos.
Creio que a vida de solteira e, depois, de casada sem filhos, ocupava todo o meu “tempo pensante”. Tudo era muito intenso com pós-graduação, família, amigos, viagens e compromissos na igreja.
Enquanto namoramos, o Renato morou em Foz do Iguaçu e na Bahia; eu morei em Londres duas vezes. Assim, algumas vezes, as viagens também eram para um ver o outro.
Avançamos na vida, o ritmo descrito acima continuava forte quando, aos 33 anos, já casada, a ginecologista me pergunta: “Escuta aqui, você não quer ter filhos não? Seria bom pensar nisso agora se quiser ser mãe no futuro. Reduz um pouco as viagens e faz uns exames.”
A fase dos 7 anos
Dos 33 aos 40 anos foi uma jornada digna de um livro. Simples exames para verificar se estava tudo bem evoluíram para consultas com especialistas em reprodução humana no Paraná e em São Paulo.
Só do meu lado eram várias complicações: pólipos uterinos, endometriose, miomas e trompas interrompidas.
É impossível tentar resumir aqui tudo que ocorreu nessa fase. Aquelas que já experimentaram a infertilidade podem imaginar as várias frustrações que vivemos. Incluso no pacote está um aborto retido aos 3 meses de gestação na minha primeira gravidez.
Enquanto o Renato e eu lidávamos com consultas e exames, nós nos dedicamos a: 1) conhecer em profundidade as alternativas de reprodução assistida e 2) avançar no estudo das promessas bíblicas para quem deseja ter filhos. Decidimos, então, que nosso sonho seria realizado por meio da segunda opção.
Voltamos toda nossa esperança para Jesus, o Médico dos médicos. Focamos em entender e esperar o tempo de Deus para o nosso desejo.
Durante esses 7 anos havia uma pergunta recorrente: “Por que vocês não param de gastar taaaanto dinheiro em viagens? Façam logo um bebê de proveta. Invistam em um tratamento FIV!”
Não se tratava mais do dinheiro disponível para investir na medicina. Nosso sonho era uma questão de fé e de perseverança. Nossa vontade era ter filhos no tempo estabelecido por Ele, não mais no nosso.
Promessa cumprida
Se este fosse um blog de espiritualidade e não de viagens, o título de um dos principais artigos poderia ser: Deus é fiel e cumpre todas as suas promessas bíblicas.
Nosso Deus é tão lindo que Ele até nos presenteou com uma babymoon (lua de mel de bebê, brincadeira com a palavra em inglês honeymoon). Quando soube que estava grávida pela segunda vez, já tínhamos uma viagem para a África do Sul comprada.
Na semana anterior ao embarque, soubemos o sexo. Assim, foi durante nossa terceira viagem para esse país lindo e acolhedor que compramos as primeiras roupinhas da nossa filhota. Que delícia, quanta emoção!
Até pouco tempo atrás, quando perguntada se já visitou a África, minha filha respondia: “eu já, na barriga da minha mãe. Não lembro muito porque era difícil olhar pelo umbigo dela”.
Agora, uma família viajante
O nascimento da nossa filha quando eu já estava com 40 anos não foi uma questão de sorte. Nós fomos curados da infertilidade e, apesar da primeira gestação ter terminado em aborto, eu estava confiante que Deus nos daria filhos. No plural.
Se uma decisão muito importante foi que nome escolheríamos para ela, a segunda foi quando e para onde seria a primeiríssima viagem. O Renato e eu decidimos levar nossa bebê para conhecer São Paulo. Ela estava com 2 meses.
Já que resolvemos que ela seria logo “batizada em viagens”, que fosse então para um destino digno de outras grandes cidades que ela viria a conhecer ainda criança.
Não houve um só momento que consideramos parar de viajar porque tivemos filhos. Tanto foi assim que, quando o caçulinha nasceu, nós nos apressamos em fazer o “batismo de viagens” dele em um destino fora do Brasil.
Escolhemos Santiago no Chile. Ele estava com 4 meses. Foi uma das viagens mais tranquilas com bebê. Afinal, o peito estava sempre disponível e na temperatura certa. Que experiência incrível amamentar em viagens.
Tudo mudou para melhor
Algumas viagens que fazíamos como casal antes deles chegarem parecem agora verdadeiras maratonas turísticas. Barbaridade, como é que conseguíamos cumprir aqueles roteiros?!
Eu acredito que quem inventou o termo slow travel foi uma mãe viajante. Você não concorda? Como cumprir uma agenda extensa em viagens com “serumaninhos” que precisam de horário para comer, dormir e brincar?
Com eles reaprendemos a fazer uma boa refeição por dia. Aprendemos a organizar os roteiros de forma mais humana e tranquila. Aprendemos a nos preocupar mais com a saúde. Aprendemos que pais de todo o mundo desejam o mesmo para seus filhos. Aprendemos a ser mais curiosos. É uma lista que não tem fim.
Mais recentemente, aprendemos que podemos viajar ainda mais fazendo trocas de casas nas férias. Como têm sido valiosas essas experiências! Leia aqui alguns relatos que escrevi sobre trocas de casa.
Expandindo o olhar
Agora, a principal aprendizagem em viagens foi, sem dúvida, a forma de olhar. Os filhos mudaram a maneira com que processamos as experiências de viagem. Esse foi o mais absoluto e maravilhoso ganho que tivemos ao ter filhos e assim explorar o mundo com eles.
Temos vivenciado os destinos sob duas óticas: como adultos e como crianças. Que privilégio! Temos muito a ensinar para os filhos? Sim, mas eles também têm muita coisa para nos mostrar. É uma troca maravilhosa entre experiência e curiosidade infantil.
Se eu estou preocupada com a minha idade? Ahhh, são muitos destinos a explorar e inúmeras culturas para experimentar, não tenho tempo a perder com esse tipo de pensamento.
O desejo de pegar a estrada juntos é tão forte que um dos primeiros textos do blog foi sobre os 8 motivos porque viajamos com nossos filhos.
Parabéns e obrigada =)
Meus parabéns a todas as mamães. De maneira especial, um abraço apertado nas guerreiras que perseveraram no sonho de serem mães por muitos anos e hoje estão por aí, curtindo a vida viajando com seus filhos.
Minha gratidão a Deus que me concedeu a graça maravilhosa de ser mãe. Nem no meu sonho mais delirante eu imaginei que um dia escreveria um blog sobre viajar com filhos. Obrigada, Pai.
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Pronto. Agora você já sabe os bastidores da existência deste blog. Me diz, como foi sua experiência de viajar sem filhos e depois ser uma mamãe viajante? O que mudou na sua forma de viajar? Deixe seu comentário. Conte sua história também! =)
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Outras mamães viajantes escreveram sobre essa mistura deliciosa de maternidade com viagens. Leia também o texto da Helen no blog Ninho de Jiripoca e da Liliane no blog Trilhas e Cantos.
Fico feliz por tudo o que conseguiram, Adriana. Que possam fazer muitas e muitas viagens juntos!! O Deus do impossível e fiel com certeza tocou sua familia, e isso é maravilhoso! É o médico dos médicos, sabemos disso. Bjs
Verdade, Jeanne. Os nossos impossíveis são os possíveis de Deus. Obrigada pela visita. bjks
Que coisa mais linda! Fiquei encantada com a sua história! É maravilhoso ver as promessas de Deus se cumprirem em nossas vidas! Um beijo grande para toda a família!
Sem dúvida, Anna. Ele é mesmo um Deus maravilhoso. Bjs
Adriana, muito linda a sua história! Super concordo com essa coisa do olhar duplo que temos quando viajamos com crianças, não há uma só viagem agora que não me sinta privilegiada por estar com eles e poder compartilhar tanto. Feliz dia das mães pra vc!
oi Cintia, feliz dia das mães para vc também! Sim, é um baita privilégio viajar com crianças. Super concordo.
Adriana, que delicia!!!! Viajei com o seu texto. Parabens!!!
Que bom! Era isso mesmo que eu queria com essas imagens, Helenitz. Bjks
Que linda história, que linda família, que lindo Deus! Me lembro tanto… de tudo… e da sua perseverança e do seu bonito testemunho na sua linda festa de 40! Ah… de fato, como é maravilhoso Esperar no Senhor!! E que venham muitos destinos mais? E compartilha sempre com a gente. Beijo saudoso da amiga aqui 🙂
Deus é lindo mesmo, querida Nair. Saudades daquela festa. rs Amém, que venham muitos mais destinos. Bj
Uau! Que texto lindo!!! Amei e te admirei ainda mais 🙂
Beijos!
Obrigada, querida companheira! 😉
Que lindo, Dri. Não sabia da sua história e a sua perseverança e fé te levaram mais longe, além do que vocês poderiam imahinar. Fiquei emocionada.
Bjs
Obrigada pela visita, Tati. Posso confessar? Até hoje eu me emociono a falar sobre tudo que vivemos na minha fase pré-filhos. bjs
Amei! Virei ainda mais sua fã!
Obrigada, vc sempre prestigiando meus textos! bj
Que texto bonito, não só pela fé, mas também pelas mudanças que as crianças trazem nas nossas vidas. Estou nessa fase de rever o modo de viajar, tudo mais devagar, sem pressa, respeitando horários e limites. E assim vamos aprendendo junto com eles. Fiquei feliz em ler seu relato.
Obrigada, Tati. Confesso que, de vez em quando, a gente dá uma bagunçada nos roteiros, mas de maneira geral, acredito que estamos viajando melhor em família. Temos realmente aprendido muito com eles. bj
Que texto lindo, Dri! Eu já conhecia um pouquinho da sua história, mas não sabia que tinham sido 7 anos de “luta”! Inspirador! Parabéns pelo seu dia e continue sendo essa mãe maravilhosa!
Pois é, nem eu acredito que levou tanto tempo assim e que eu não dei um “jeito” de solucionar isso na força do braço. rs
Amiga querida nao conhecia sua história linda de fé e inspiração parabens. como vc tive filhos mais tarde tambem por opcao mas nao tive problemas de engravidar e tambem perdi o meu primeiro amor mo quinto mes de gestação e 4 meses depois sou que o Lucca estava a caminho ! DEUS É MARAVILHOSO !
Sim, maravilhoso mesmo!
Que lindo e inspirador !!! Parabéns parabéns !!!Que continuem as maravilhosas viagens repletas de experiências !!
amém, que seja assim!
nossa que lindo testemunho!
obrigada, Priscila
Que relato lindo!!!
Sempre me emociono com relatos de pessoas que passaram pela infelicidade, assim como a gente. Família abençoada!!!
Beijão!!!
Obrigada, Fran. Quem viveu algo semelhante pode entender melhor o que significa mesmo. Bjks
Que lindo, amei sua história, acabei de fazer 40 e agora que bateu a vontade de ser mãe, pois conheci uma pessoa maravilhosa, porém, ele já tem filhos e diz que eu iria me arrepender, pois amo viajar, vc me deixou bem mais tranquila. Vou mostrar sua história pra ele rsrs. Deus é maravilhoso, beijos para vc e sua linda família.
oi Joelma. Que bom saber que minha experiência inspirou você. Deus é realmente lindo. Beijos para você também.